
Tragédias e calamidades, principalmente se envolvem fatores naturais de difícil controle e até previsão, às vezes aparentam não ter como se interferir a não ser para minorar suas consequências devastadoras.
Mas alguma coisa sempre será possível fazer para prevenir e melhor controlar, principalmente quando se trata de eventos já ocorridos pelo menos uma vez.
Um exemplo bem simples é o alagamento de áreas próximas ao leito do antigo arroio Santa Bárbara em Pelotas e, em particular dentro deste perímetro, a situada na Vila Castilho, historicamente conhecida como "Cerquinha".
Há quatro anos ocorreu enchente da mesma natureza atribuída principalmente, quero crer, à falha do sistema de bombeamento.
E desta vez, terá sido o mesmo motivo?
A enchente daquele ano foi pretexto para cerrada crítica à administração então existente. Uma das acusações foi a falta de limpeza do atual canal Santa Bárbara, serviço que de acordo com a propaganda eleitoral recente, teria sido devidamente efetuado.
Sem aprofundar mais o mérito da questão ( o que, de qualquer forma, seria necessário em forum competente) observa-se no geral, muita política e pouca ação efetiva.
Enquanto os políticos se acusam, de dedo em riste, e procuram responsabilizar uns aos outros, a população é que sofre e tem de correr, como ratos que fogem de um navio, para salvar seus bens amealhados com sacrifício às vezes de uma vida.
No caso do acidente com a comitiva xavante, por exemplo, embora vários fatores possam ter se apresentado ( descuido ou imperícia do motorista, velocidade inadequado para o trecho, etc., etc.) um fato é indiscutível. A rodovia, naquele trecho, é de alto risco conforme atestam os acidentes ali já ocorridos. Ou seja, é mal projetada.O que ocorreu para tanto? Seria o caso de analisar o projeto, o contrato, o orçamento, enfim, abrir um inquérito para averiguar como se projeta o trecho de uma estrada que se torna uma armadilha mortal.
Em meio à desolação e os prejuízos, temos definitivamente de criar canais para aprofundar estes pontos. Do contrário não estamos livres de, a qualquer momento, vivermos estes momentos de agrura, com a mesma dor, a mesma impotência.
E só nos restar, quando se tornar tarde demais, morrer abraçados.
(foto: tomarumoguri.blogspot.com)
Texto: P.R.Baptista
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