
A reação do mundo, no entanto, dos políticos principalmente, parece muito lenta e muito aquém daquilo que seria necessário para deter o massacre.
As manifestações, de qualquer modo, já surgem com intensidade, algumas com grande apoio, e isto pode ajudar a se buscar uma saída.
Na França, por exemplo, de acordo com Marie Mars, autora da foto, por várias cidades ( Montpellier, Nîmes, Béziers, Perpignan, Lyon, Lille, Bordeaux, Toulouse, etc.), dezenas de milhares de manifestantes desfilaram em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. Em Paris, local da maior manifestação, estima-se que algo em torno de 30 mil (de acordo com a polícia )a 100 mil (de acordo com os organizadores), participaram do protestoUma das coisas que chama a atenção no conflito entre árabes e judeus ( ou mais especificamente, no caso, entre palestinos e israelenses) é a sua permanência que tem, como se sabe, raízes históricas que antecedem a época de Cristo.
Mas o perfil deste conflito, nos termos em que o conhecemos hoje, define-se com a criação do estado de Israel, de forma em certa medida não negociada, e as inúmeras guerras que, a partir daí, foram se sucedendo.
Israel, graças à sua determinação de manter o território que lhe foi concedido e à forte organização militar que foi montando, parece hoje inflexível a não ceder um centímetro deste espaço, até avançar um pouco se fôr possível, como tem feito, e isto ao preço que fôr necessário pagar, seja por parte de sua própria população seja, principalmente, por parte das populações envolvidas com os grupos que contestam sua hegemonia.
O momento que se vive agora, com as incursões bélicas ,duríssimas e cruéis, de Israel à Faixa de Gaza, exige uma grande reflexão e uma postura por parte de todos os cidadãos do mundo que se proponham a exercer um papel, por pequeno que seja, em defesa da dignidade humana.
É profundamente lamentável que os dirigentes mundiais, a começar pelos israelenses e palestinos, mas incluindo quase todos, principalmente os das grandes potências e dos países árabes, acompanhem de uma forma tão passiva o massacre que ocorre em Gaza.
Os dirigentes árabes, muitos pró-Estados Unidos, temem a ascenção do Hamas e querem, na realidade, tanto quanto os israelenses, a sua destruição.
O Hamas que tem a liderança política hoje dentro da faixa de Gaza, aposta no desgaste de Israel como ocorreu, recentemente, no Líbano. Já Israel aposta na destruição física do Hamas, valendo-se para isto, de tantas bombas quantas julgar necessário lançar sobre Gaza.
Os Estados Unidos, como um apostador numa corrida de cavalos, joga suas fichas na ação de Israel. Afinal, Israel é o ponta-de-lança de sua política na região.
Os civis, velhos, mulheres, crianças, jovens na flor da idade, que são dizimados e dilacerados como carne num açougue, estes ficam para depois, põe-se a mão sobre os olhos para não ver ou sobre a câmera para não mostrar e, pronto!, logo há de se achar um acordo em que os "vencedores" determinam as normas às quais os "vencidos" deverão se submeter.
Decididamente, como declarou Kafka, " a guerra é uma falta de imaginação"
( Texto: P.R.Baptista)
2 comentários:
"(...) Os civis, velhos, mulheres, crianças, jovens na flor da idade, que são dizimados e dilacerados como carne num açougue, estes ficam para depois, põe-se a mão sobre os olhos para não ver ou sobre a câmera para não mostrar e, pronto!, logo há de se achar um acordo em que os "vencedores" determinam as normas às quais os "vencidos" deverão se submeter..."
Decididamente, há que se buscar harmonia...
Prezado Paulo!
Parabéns pelo texto.
A ultima frase, citação de Kafka, resume tudo: " a guerra é uma falta de imaginação" .
abraço,
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